Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. (Cl 3:14)
O amor a Deus consiste em um abandono a total providência. O Senhor nos amou primeiro, remiu nossos pecados com o seu preciosíssimo sangue, gesto, que, define o amor que ele teve para conosco. Amar o Senhor Deus é sobretudo um dever de todo o católico, os santos repetiam insistentemente “Meu Deus e meu tudo, eu te amo!” tal era o amor que eles tinham ao Senhor que renegaram tudo o que ofendia a Ele, tiveram uma vida totalmente entregue sem quaisquer apegos e sentimentalismos. Mas como amar o Senhor acima de tudo? É simples? Digo a você caro irmão que quanto mais amamos Nosso Senhor, mais o demônio tentara nos atacar e destruir essa prática de amor, como bem disse Santo Afonso Maria de Ligório, porém isso não deve ser causa de espanto, pelo contrário, é vencendo essas tentações que iremos chegar à plenitude do amor a Deus, pois amar a Deus é rejeitar o pecado, desligar-se do materialismo mundano e viver uma vida entregue, sem murmurações e picuinhas.
A plenitude do “amar a Deus” é alcançada se de antecedente soubermos obedecê-lo. A obediência é análoga a humildade, mas em qual sentido seria essa humildade já que ela possui inúmeras ramificações? A humildade de confessar nossas fraquezas é o principal ponto para alcançarmos o pleno amor, chegar de fronte ao Senhor e se debruçar sobre ele dizendo: “Meu Senhor, sou fraco, peco muitas vezes contra ti, dai força para reerguer-me e te amar na graça que santifica” Ai daquele que diante do Senhor “empinar o nariz”, porém, bendito aquele que aos pés da Divindade, se sente indigno de desamarrar as suas sandálias. Irmãos se reconhecêssemos verdadeiramente a Divina Majestade morreríamos de amor, Ele é tão sublime que irradia infinitamente mais que o sol, seu poder é tão grande que é capaz de mover montanhas com uma simples palavra, mas o que mais nos inspira em Nosso Senhor é a sua humildade, toda a sua vida cá na terra foi desapegada de qualquer futilidade, pois Ele sabia que no céu estava a sua riqueza, que só os Escolhidos hão de herdar.
Nosso Senhor foi explicito quando disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28), pois ele sabia que com nossas forças não somos capazes de vencer as dificuldades. Todo aquele que quer se sobressair além da graça, cai e tem contusas fraturas. Portanto, porquê desobedecemos a Nosso Senhor, se Ele mesmo manda descarregar sobre Ele o fardo de nossas faltas? A resposta é simples, estamos tão apegados ao nosso ego, esquecemos que somos pó, e ao sopro mais leviano do vento voamos aos ares mais distantes do pecado.
Jesus pede que descansemos N’Ele, e para haver descanso tem dê-se relaxar, mas esse relaxo não deve ser levado em sentido literal, pois acabaríamos descuidando de nossa vida Espiritual, mas o relaxo que aqui me refiro é um relaxo do mundo, desprezo das futilidades que nos são oferecidas diariamente, refutar o prazer que não soma em nada e com isso, apegar-se as coisas de Deus, sendo fortificado a cada instante com a Sua Graça benigna. Os Santos são um exemplo desse descanso em Nosso Senhor, pois eles não se preocupavam com o fardo em suas vidas, sabiam que era um presente de Deus, que a Cruz a ser carregada não iria cair de seus ombros, pois o Senhor encarregou de dar o sustento.
Porém a um ponto a se tratar que é fundamental, o verdadeiro e pleno descanso só será encontrado no Céu onde estaremos contemplando Nosso Senhor face a face, lá tiraremos a Cruz de nossos ombros, pois arrebentaremos a fita que está na linha de chegada, lá não teremos mais fé, pois já encontramos o que cá na terra buscávamos com essa fé, será um momento tão sublime que palavras não bastam para descrever. Por isso irmão, não nos iludamos que nossa vida será tranquila neste mundo, estamos aqui de passagem e para onde iremos partir fica a critério de cada um, afinal, Deus respeita a liberdade e o juízo de cada filho seu. O importante por agora é sabermos que as tribulações irão vir, as quedas poderão nos rodear a todo instante, o demônio tentara destruir a nós e a Santa Igreja, porém, não prevalecerá, será destruído e pisado, e aqueles que forem fiéis até a vinda de Nosso Senhor, poderão enfim, viver a vida que vale a pena, que é a vida junto a Deus.
Eduardo Augusto P. Fucilini- Membro de aliança da Comunidade Legati Christi.
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