"O Espírito Santo é a tua vida, e tu nada podes fazer sem Ele!" (Beata Elena Guerra).
Neste dia em que celebramos esta data tão importante para a Igreja, confira o artigo escrito pelo Seminarista Rodrigo Gurgel, da Diocese de Frederico Westphalen/RS.
Alguns anos atrás, disseram-me que a festa de Pentecostes marcava o nascimento da Igreja. Lembro de achar aquilo muito estranho: Igreja não havia sido fundada na Crucificação de Nosso Senhor? A ideia de que ela só havia nascido cinquenta dias após a Páscoa não fazia muito sentido para mim. Entretanto, com o passar do tempo, fui entendendo a lógica da afirmação: o Espírito Santo não é “simplesmente” a terceira pessoa da Santíssima Trindade, um Ser abstrato que paira sobre os cristãos. Não.
O Espírito Santo é a alma da Igreja e, antes de Pentecostes, a Igreja era um corpo inerte – literalmente desanimado: sem anima, sem alma.
É verdade que a Igreja já existia, com Nossa Senhora e os apóstolos, antes de Pentecostes. Mas, como disse o Santo Padre na homilia de Pentecostes em 2019, os apóstolos estavam assustados, incertos: Jesus havia ressuscitado, sim, mas eles ainda tinham medo e reuniam-se a portas fechadas (cf. Jo 20:19-26). Mesmo após a Ascensão, ainda estavam como naquela barca da qual nos conta São Mateus: tremendo de medo enquanto Jesus dormia(cf. Mt 8:23-27). Estavam longe, muito longe, de irem anunciar o Evangelho ao mundo inteiro.
Em Pentecostes, isso muda. O Espírito Santo desce sobre a Igreja, que é o corpo místico de Cristo, e batiza-a como outrora João Batista havia batizado Jesus. Os apóstolos enchem-se de tamanha alegria que alguns judeus os acusam de estar bêbados. Pedro, sempre tão assustado; Pedro, que negara Jesus três vezes, ergue-se e, pela primeira vez, prega, como Papa, em nome de toda Igreja. Pela primeira vez, os discípulos não tem mais medo, não estão mais desanimados: o Espírito Santo enche seus corações, une-os à Santíssima Trindade e uns aos outros, dando-lhes paz e coragem: paz interior, e coragem para anunciar a Verdade.
No n° 738 do Catecismo da Igreja Católica vemos uma citação de São Cirilo de Alexandria, que diz: “Nós todos, que recebemos o único e mesmo Espírito Santo, fundimo-nos entre nós e com Deus.(…)Assim como o poder da santa humanidade de Cristo faz com que todos aqueles em quem ela se encontra formem um só corpo, penso que, do mesmo modo, o Espírito de Deus, que habita em todos, único e indivisível, os leva todos à unidade espiritual”. Em Pentecostes, somos inseridos no mistério do batismo do corpo místico de Cristo. Como o Espírito manifestou-se no Jordão sobre Jesus, manifesta-se também no Cenáculo – mas, agora, o Corpo de Cristo nos inclui. Deus funde-se a nós. Depois de Pentecostes, por meio da ação do Espírito Santo, a Santíssima Trindade literalmente habita dentro de cada batizado.
É isto que celebramos em Pentecostes: nossa união ao Corpo Místico de Cristo, o nascimento da comunhão dos santos. Em Pentecostes, “nós vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé”(cf. CiC N°732). Animados por esta certeza poderemos, mesmo entre as tribulações de um mundo cada vez mais anticristão, realizar a tarefa que Jesus nos confiou: “O Espírito Santo virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas (…)até os confins da terra.” (At. 1:8)
Com este clima de festa, neste dia especial, reze a oração "Vinde Espírito Criador", suplicando essa graça da efusão do Espírito Santo sobre você, e sobre sua família.
Veni Creator Spiritus!
(Vem, Espírito Criador!)
Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai e enchei os corações com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par, a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai, por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz, se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Amém!
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